Viver o Momento
“Viver o momento”, sem mérito, é viver no samsara.
É viver um momento de merda.
“Viver o momento”, sem inteligência, é viver como um animal.
É viver leitura de autoajuda de baixa qualidade, tal como Eckhart Tolle.
“Viver o momento”, fixado na não conceitualidade, é ser uma pedra.
É viver o romantismo zen da “não mente”, como o do fajuto D. T. Suzuki.
“Viver o momento”, como um adolescente teimoso, é apenas gerar um conceito de momento e outro conceito de vida.
É estar cheio de conceitos enquanto se guarda o conceito de ser “não conceitual”.
“Viver o momento”, como um slogan batido, é chutar um monumento sagrado.
É prostituir o Buda como lifestyle coach.
“Viver o momento”, sem sabedoria, é meditação secular.
Apenas uma pausa frívola da confusão da mente.
“Viver o momento”, sem linhagem, é só relaxamento.
Um instante de alívio que se dissipa imediatamente.
Ir além de passado, presente e futuro, e não se distrair, sem esforço, requer uma coleção imensa de mérito unido com a sabedoria, e devoção por uma linhagem pura. Não é uma meditação momentânea, nem é um cultivo deliberado.
Desembaraçado, além da noção de meditação, não se guarda conceitos arbitrários sobre momentos ou vida e morte. Estar receptivo as instruções que apontam diretamente a natureza da realidade e não ter esperança e medo é estar livre das causas e condições. Quando isso não é possível, surge a necessidade das acumulações de mérito e sabedoria.
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