Viver o Momento
“Viver o momento” sem mérito, é viver no samsara.
É viver um momento de merda.
“Viver o momento” sem inteligência, é viver como um animal.
É consumir autoajuda barata — o lixo espiritual de um Eckhart Tolle.
“Viver o momento” obcecado por não conceitualidade, é ser pedra.
É viver o romantismo zen da “não mente”, como o do fajuto D. T. Suzuki.
“Viver o momento” como um adolescente rebelde é proliferar conceitos, “momento”, “vida”, “experiência” — enquanto se cultiva a ilusão de ser não conceitual.
“Viver o momento” como um slogan de shopping, é chutar uma Stupa.
É reduzir o Buda a um coach de produtividade.
“Viver o momento” sem sabedoria é o catecismo secular de Stephen Batchelor.
O estéril budismo sem-crenças de Oxbridge — apagamento cultural reembalado como apropriação radical.
Uma pausa colonial para o chá, flanqueada por incontáveis renascimentos de confusão.
“Viver o momento” sem refúgio no Buda é McMindfulness.
É cultivar a mente para seguir destruindo o mundo com mais eficiência.
É ser um meditador do estágio tardio do capitalismo.
“Viver o momento”, sem linhagem, é só relaxamento.
Um suspiro breve que some no ar e não deixa vestígio.
Ir além de passado, presente e futuro — não se distrair, sem esforço — requer oceanos de mérito, sabedoria que transpassa ilusões e devoção pura a uma linhagem autêntica.
Não é uma meditação momentânea,
Não é um cultivo deliberado.
Não se compra num app.
Quando a mente se desembaraça — além da própria ideia de meditação, dominar uma técnica ou fazer uma prática — não sobram conceitos de “momento” ou “vida e morte”.
Abertura total às instruções diretas.
Sem esperança, sem medo.
Liberdade além de causas e condições.
Quando isso não acontece?
Seguimos acumulando mérito.
Seguimos cultivando sabedoria.
Keep going.
Padma Dorje, 2020.

Citações budistas curtas
Estas frases costumavam ir, uma delas escolhida aleatoriamente pelo programa, ao fim de qualquer email que eu mandasse. Muitas vezes as pessoas tomavam como indireta, algumas até ficavam bravas. Aí eu tinha que explicar o sentido de aleatório... e carma. haha. Recuperei do último backup em mídia ótica que fiz, em 2008. As utilizava como taglines no The Bat (cliente de mail que usei por alguns anos). Esqueci completamente delas quando migrei para o Thunderbird. Imaginava que estivessem em algum .txt perdido. Quando fui recuperar, procurei por um tempo procurei em vão por todos meus HDs, usando diversas combinações de palavras que eu sabia estarem presentes... e nada. Aí achei nesse DVD de 2008.

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