Bodisatva Petralha
330
Mesmo que [seus administradores tenham] legitimamente multado,
confinado ou punido [os infratores],
sempre em paz em sua compaixão,
cuide bem [dos transgressores].
331
Ó Rei, por meio da compaixão você deve
gerar uma atitude de ajuda,
mesmo para com aqueles seres sencientes
que tenham cometido atos abonináveis.
332
Gere compaixão especialmente
pelos assassinos, por aqueles que cometem crimes horríveis;
aqueles de natureza decaída são os melhores receptáculos
da compaixão dos seres de natureza grandiosa.
333
Liberte os prisioneiros mais fracos
depois de um ou cinco dias;
e não guarde para consigo que algum
nunca deva ser liberto.
334
Por cada um que não considere
libertar, você quebra o voto laico,
e com a quebra de um voto,
falhas se acumulam infindavelmente.
335
Enquanto os prisioneiros não são libertados,
torne suas vidas confortáveis
com barbeiros, banhos, alimento, bebida,
remédios e roupas.
336
Da mesma forma que filhos problemáticos são punidos,
com o mero objetivo de corrigí-los,
a punição aos infratores deve ser aplicada com compaixão,
e não com ódio no coração ou com lucro por objetivo.
337
Uma vez que você tenha analisado os assassinos
e os destemperados e os reconheça corretamente,
deve apenas baní-los
sem matá-los ou torturá-los.
338
A fim de manter a ordem, cuide bem de todo o reino
com os olhos vigiantes de seus comissários;
sempre alerta e cuidadoso,
faça tudo de acordo com a prática do Dharma.
Nagarjuna, no séc III1 em "A Guirlanda Preciosa" (Ratnavali), e direitos humanos para humanos dir... seres sencientes atrapalhados de modo geral. Pergunta aí se Jesus, que era excelente hippie abraçador de árvores esquerdinha e tudo mais, chegou a advertir sobre cadeias privadas — Nagarjuna avisou: era ainda mais diretório acadêmico petralha.
(Achado de Dani Karma Yeshe Dawa)


Só os orientais conseguem entender
É mesmo o caso de que o ocidental, e particularmente o homem moderno, não tem o temperamento, a capacidade e a inclinação para praticar disciplinas asiáticas? Será que a mente ocidental é diferente da mente asiática, ao ponto de certos conceitos serem impossíveis de entender?

Superstição, imperialismo cultural e reprodutibilidade
Este é um comentário sobre uma colocação de Dzongsar Khyentse Rinpoche no Facebook em 2019 onde ele trata das distorções nas adaptações do darma à modernidade onde o conceito de “superstição” é aplicado ao budismo sem o contexto cultural adequadamente traduzido. Ele chama essa prática de uma forma de genocídio cultural “pacífico”. Rinpoche critica a atitude subserviente à ciência de alguns budistas modernos.

Robô significa escravo:
o humano na senzala algorítmica
Muito se fala de tecnologias disruptivas, particularmente desde os anos 2010. Entre todas elas – até mais do que bioengenharia e nanotecnologia, duas coisas com óbvio potencial de por si só virar tudo de cabeça para baixo – a inteligência artificial é a queridinha do momento. Não que o alarme não tenha soado, com figuras como Stephen Hawking, Dzongsar Khyentse Rinpoche e Elon Musk fazendo advertências bem públicas quanto a seus perigos. No entanto, o grande problema da inteligência artificial já pode ter cerca de 200 anos, e não tem tanto a ver com computadores – como é isso?

Mal tocou no gelo e já se acha geladeira
Hoje parece haver mais pessoas querendo ganhar a vida ensinando meditação do que propriamente querendo se aplicar na prática.