Campanha “Parem de usar o Pinheiro como Google”
Post no Facebook, em meados de 2013
Gente, eu sei que para vocês parece mais agradável deslocar meu tempo para ensinar como baixar torrent, como botar legenda em filme (usa o Kodi!), como achar um disco, descobrir como se escreve uma palavra (algumas pessoas até enviam SMS!), uma definição de palavra, a tradução de um termo, como descompactar um RAR, como hackear wifi, onde achar armadilha de barata, configurar e fazer consultoria de todo o home theater pelo chat (e sem remuneração), qual arduino comprar e onde, como evitar spam no hotmail (= não use hotmail), qual o melhor site para comprar um barbeador para o pai, se está ok botar um captador p90 numa Fender Strato, descobrir quem foram os jacobinos, o que eu acho do calendário maia, se você deve aprender Python ou não, como crakear a ativação do windows, que e-reader comprar... e assim por diante (um exemplo de cada pelo menos nos últimos 30 dias).
Normalmente eu não me importo, mas fico particularmente agravado quando: 1) não houve tentativa nenhuma antes de perguntar: a pessoa nem procurou no Google nem tentou por si própria por sequer cinco minutos; 2) é uma coisa impossível ou muito difícil de fazer à distância e pelo chat; 3) eu acabei de postar sobre o assunto, algumas vezes dezenas de vezes, expressando minhas opiniões e em alguns casos ensinando a fazer algo em público. Dá uma olhadinha no meu conteúdo e vê se eu não falei o que você quer saber nos últimos dias... porque se eu falei há 30 minutos e você pergunta, eu tendo a ficar com raiva, a pressão sobe... sabe, xilique. E não, não adianta me dizer que eu supostamente sou budista e tenho que ter paciência. Tenho que ter, mas não tenho. Buhú, não sou um grande praticante, e o queco? Se você vai me cobrar paciência, eu vou cobrar compaixão. Não é assim que funciona.
Mas enfim, peçam, falem, não me deixem aqui sozinho com meus planos mirabolantes de dominar a cultura ocidental pelos próximos 500 anos com meu super humongous intellect. Peçam o número da Pizzaria. E se eu for meio grosso, digam que sou um pouca prática. É purificação. É bom. Eu sempre posso pensar “pelo menos não tô apanhando que nem Jesus na Paixão de Cristo de Mel Gibson”. Enquanto o cara não tá sendo surrado daquele jeito, ta ótimo, não é mesmo? Do que tá reclamando? Classe média sofre=o conjunto de elementos “not Jesus” sofre.
Tá tá, é exagero LITERÁRIO, descontem.
Mas assistir tutorial no youtube ninguém assiste. Só eu. Vai ver é excesso de decoro, orgulho com vergonha, sei lá: mas até eu perguntar algo para alguém olha... tá que eu sou meio OBSESSIVO, e tenho MUITO TEMPO LIVRE (hahaha, mas tenho mesmo), mas eu fico HORAS pesquisando algo que não sei, se realmente preciso, e em geral não preciso incomodar ninguém. Ah, e lembrem de aprender inglês. Português não é vida.
Talvez o Trump e o Marc Maron estejam certo e lá nos porões do Google tem um gordão só comendo e respondendo as coisas para todo mundo. Ele digita rápido, hein? Talvez você esteja certo em querer dividir meu trabalho com o dele... talvez... talvez.
(mas não me deixem só! perguntem sim, mas só se for um pretexto para um encontro de mentes, né...)
Quem Pensa Diferente Vale Mesmo a Pena?
O argumento de que devemos “sair das bolhas” e estar abertos a discutir com quem pensa diferente é, muitas vezes, uma falácia. // Podemos estabelecer três critérios simples: 1) em que pé estamos? 2) vai adiantar? 3) vale o tempo empregado?
O Triste Caso de Nellson Ribeiro (“Padma Querido”)
Exemplo de alguém a evitar. Uma pessoa que se passa por monge budista em Pelotas.
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